segunda-feira, 16 de junho de 2008

MICROSOFTIANISMO (:) E O CAPITALISMO SEM “FORÇA DE ATRITO”

(Para você ver o que uma gripe pesada não faz: sábado postei o artigo de hoje. Então hoje, vai o artigo de sábado!)

O que é capitalismo sem “força de atrito”? Qual sua relação com o chamado (para uns, festejado. Para outros, amaldiçoado) microsftianismo?
A internet está mudando a cara das relações comerciais, mas, de uma maneira um tanto irônica, o que se verifica é um retorno ao comércio preconizado por Adam Smith, que no século passado cunhou o termo “sociedade aberta”. Bem, estamos noutro século, e o que se verifica hoje? Graças a internet, o comprador e o vendedor podem se encontrar facilmente, sem perder muito tempo e gastar muito dinheiro. Inverteu-se a relação comprador-vendedor, fazendo com que o primeiro estabeleça o preço que está disposto a pagar por um produto/serviço e faça a oferta ao segundo (o fornecedor). O termo capitalismo sem “força de atrito” foi cunhado por Great Bill, e se assemelha ao primeiro, nas atividades-fins.
Em sua firma de consultoria, talvez seja importante você armar seus profissionais do conhecimento com ferramentas digitais de informação para que possam conectar-se aos clientes e gerenciar essas relações. A priori, o fluxo digital deve penetrar em todas as frestas da sua organização. Seu escritório precisa ter uma homepage interativa. Comerciantes online podem usar informações digitais para ter mercadorias sob medida enquanto interagem com cada comprador real. Às vezes, nem precisamos de tanto: um simples FAQ bem feito num aplicativo de intranet pode nos fazer economizar dezenas, centenas, de e-mails de funcionários buscando informações básicas.
Num mundo perfeito, ideal, e-society, os aplicativos da intranet deve(ria)m dar a seus funcionários controle total sobre certos aspectos de suas vidas, tais como: mudanças em benefícios, planos de investimentos, contribuições sociais, ações comunitárias etc., colocando a responsabilidade diretamente nas mãos das pessoas mais motivadas a agir. Já existem ferramentas para uma administração tipo self-service, que permitem aos funcionários modelar e simular os resultados das mudanças para transformá-las em realidade. Ei, espere um momento: a empresa de Great Bill tem um: chama-se MS Giving!
Agora é sério: numa e-society, várias estruturas de dados vão diretamente para a Folha de Pagamentos, liberando sua equipe de RH para trabalhar em assuntos estratégicos de pessoal, como recrutamento e treinamento. Mas atenção: seu cliente deve ter, ao conectar-se à internet, algo mais que o simples processo de informação. No mundo ideal, qualquer organização tem centros empresariais com instalações próprias para seus computadores, oferecendo conexão de alta velocidade, docking stations e telas de alta resolução para que seus clientes possam ligar seus equipamentos portáteis, sendo em sua empresa tão produtivos quantos nos seus próprios escritórios.
Um teórico (cujo nome não me recordo, mas postarei seu nome posteriormente) rascunhou algumas das mudanças fundamentais nos negócios que ocorrerão em conseqüência dos pontos de inflexão digital, até 2010 (menos de dois anos, portanto):
- Transações empresas/consumidores, empresas/empresas e consumidores/governos se tornarão transações digitais self-service. Os intermediários evoluirão para agregar valor (ou perecerão);
- Os serviços ao cliente se tornarão a principal função de valor agregado em cada negócio. O envolvimento humano no serviço passará de tarefas rotineiras, de baixo valor, para consultoria pessoal de alto valor sobre questões importantes – problemas ou desejos – para o cliente;
- Por motivos de eficiência – e também devido à concorrência - as organizações adotarão internamente processos digitais. O ritmo das transações e a necessidade de atenção mais personalizada – clientes mais exigentes – levarão a isso. As organizações usarão cada vez mais o SND para transformar periodicamente seus processos internos, adaptando-se a um ambiente em constante mudança.
Para começar a criar um SND, o Gestor deve ter uma imagem ideal das informações de que precisa para fazer seu negócio funcionar e para entender seus mercados e concorrentes. Deve pensar muito sobre os fatos básicos importantes para seu trabalho e sua empresa. Faça uma lista de questões-chave que precisa ser capaz de responder se quiser competir com eficácia. Descubra os dados que o ajudarão a responder a essas perguntas e estimule mais perguntas. Você sabe que montou um excelente SND quando as informações fluem por sua organização de modo tão rápido e natural quanto seu pensamento, e quando você pode usar a tecnologia para reunir e coordenar equipes tão rapidamente quanto pode concentrar um indivíduo numa questão.
Que lições um executivo pode tirar para sua empresa? Contribuo para o debate com três lições valorosas:
1) Jogue toda a papelada fora! Áreas que tem muitos formulários, papéis e documentos devem passar por uma reformulação. Desenvolva programas para substituí-los por processos digitais. A informação digital possibilita inovações nos processos que seriam impossíveis baseados em papel;
2) Uma abordagem matricial self-service cuida de até 90% das necessidades administrativas de seus empregados;
3) Descubra um microcosmo de clientes que já adotam o webstyle, e use esse grupo para desenvolver modelos gerais de negócios.

Vou dar um exemplo: na hora de contratar um candidato em potencial (que é necessário para sua empresa), seu especialista em RH (GRH) deve pesquisar em seu banco de dados de recrutamento – BDR – em busca de candidatos potenciais, consultando profissionais de recrutamento pessoalmente ou por e-mail. É importante que ele use um software de gerenciamento de tempo e tarefas para agendar as entrevistas. Cada entrevistador recebe uma cópia on-line do currículo e qualquer outra informação relevante por e-mail ou MSN. Conversas podem ser feitas através de programas como o Skype. Depois do encontro com o candidato, o entrevistador manda seus comentários sobre o candidato para a área de RH, o gerente de contratações e os outros entrevistadores, por e-mail, sugerindo questões de acompanhamento para os próximos entrevistadores.
Este simples compartilhamento em tempo real de informações das entrevistas faz com que os entrevistadores se baseiem uns no trabalho dos outros, evitando duplicações (um entrevistador pode sugerir ao seguinte que examine melhor como a pessoa trabalharia em equipe, por exemplo) de tempo e dinheiro. Ao mudar as interações de rotina para a web e possibilitar que os clientes ajam por eles mesmos, você libera seu pessoal de vendas para fazer coisas mais significativas pelos seus clientes, mudando o modo como se faz negócios.

Uma última dica: a internet não substitui as pessoas. Torna-as mais eficientes.
Tempo não é dinheiro, mas a economia dele é!

Beijos no coração de todos e até amanhã!

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