terça-feira, 23 de setembro de 2008

AMOR PROIBIDO

“Era uma vez uma rude lenhador pagão que se apaixonou por uma jovem judia, uma Camponesa de Nobre Coração que ia todos os dias ao bosque recolher a lenha. A Camponesa havia explicado ao rude lenhador o quanto eram diferentes seus mundos, modos e costumes, e só pôde oferecer ao Lenhador sua amizade. Com o passar dos anos, aquela amizade cresceu e floresceu num belíssimo Amor entre um Homem e uma Mulher plenos, que infelizmente, não poderia jamais ser plenamente aproveitado: sendo judia, a Nobre Camponesa jamais poderia se envolver com o Lenhador sem que condenasse sua alma. Já o Lenhador tinha contra ele toda a família, que nutria um ódio profundo pelo Povo Judeu. Se para ela, entregar-se a esse Amor Proibido significava perder sua alma, para ele significava condena-lo à morte, por desmembramento.
Um dia, em plena agonia por amar alguém que jamais poderia ter, a Nobre Camponesa foi visitada, em sonho, pelo doce Anjo Quehilel, o Anjo Protetor dos Amantes Condenados. Ela disse que sua família havia lhe preparado um casamento arranjado, com um jovem Príncipe do Vilarejo. Sem nunca ter amado o Príncipe judeu, ela inquiriu o Anjo sobre o que deveria fazer. Quehilel lhe respondeu: “Ame àquele que menos merece seu Amor, pois é este que mais precisa ser amado!”. Seguindo as instruções do Anjo, a Nobre Camponesa decidiu então por viver esse Amor, fugindo com o Lenhador na véspera de seu casamento, e entregando-se a ele nessa mesma noite.
Tal foi a paixão e o Amor sentido pelo casal naquela noite, que de madrugada o Lenhador acordou a Camponesa e lhe perguntou: “Meu Amor, se você pudesse resumir seus textos sagrados em uma única sentença que pudesse me salvar, qual seria?”. Ainda iluminada e abençoada pela lembrança do anjo que ainda lhe ressoava na mente, e em lágrimas, ela respondeu: “Ouve, Israel! O Senhor nosso D-us é o único Senhor!”. O Lenhador decidiu, então, a partir daquele instante, amar e servir ao D-us de Israel, com toda força do seu Espírito e todo o caráter do seu coração...
Ao amanhecer daquele dia, os pagãos capturaram e mataram o jovem casal por desmembramento... mas suas mãos ainda ficaram unidas, como último sinal de Amor do casal.
Eras se passam... e então, no Mundo Porvir, na Terra Glorificada, a jovem Camponesa foi acordada nos braços do Messias, que lhe beijava os olhos e afagava-lhe os cabelos, tal qual sua mãe fazia, quando ainda era um bebê. Ao seu redor, sua família festejava, cantando e batendo palmas por mais uma ressurreição. E entre estes, ali estava! O Lenhador, que nos últimos momentos de sua vida, havia decidido servir ao Senhor dos Exércitos, salvando assim sua alma! Ali, nos Portões Orientais de Nova Jerusalém, todos choravam abertamente de alegria, pois lá, nenhum Amor Legítimo será proibido! Para eles, a Vida Verdadeira estava apenas começando!
O Amor começa agora...”

Moral: me ame agora, quando sou menos merecedor do seu Amor... porque agora é quando eu mais preciso ser amado!

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